sábado, 2 de fevereiro de 2013

Conheça o Espiritismo


Primeiramente,  recordemos que uma opinião válida sobre um assunto só pode ser dada quando o conhecemos.

Os fenômenos espíritas sempre estiveram presentes em todos os povos e em todas as épocas. São eles: aparições dos espíritos, comunicação deles através de médiuns (também chamados de pítons, sibilas, profetas, etc.), ruídos produzidos por eles, bem como movimentação, combustão ou destruição de objetos,   conversa com entes queridos falecidos nos sonhos, materialização temporária de objetos, etc. O exemplo bíblico destes fenômenos espíritas é o aparecimento de Moisés e Elias (já falecidos) a Jesus, Pedro, Tiago e João  no monte Tabor  narrado em Lucas, cap. IX, 28-33, em Mateus, cap. XVII , 1-8 e em Marcos , cap. IX, 1-8; e a consulta de Izaú a uma médium através da qual se comunicou com Samuel, já falecido (1° Reis, cap. XXVIII, 7 -20) . A Bíblia é repleta de fenômenos espíritas.

Estes fenômenos sempre foram vistos como milagres, alucinações, obras de Deus, de anjos ou de demônios, fraudes, superstição, etc, pela maioria das pessoas. Somente na  2 ª metade do séc. XIX é que foram estudados cientificamente por vários homens,  notadamente por Allan Kardec. Há vários livros destes cientistas provando a realidade dos fenômenos espíritas. Kardec concluiu, pelos estudos, que os espíritos (os chamados “mortos” ou fantasmas) produziam estes fenômenos extraordinários inexplicados pelas leis naturais já conhecidas. Kardec provou que os espíritos sobrevivem após a morte do corpo que habitavam, conservando sua individualidade, sua personalidade (qualidades e defeitos morais e intelectuais) e seus conhecimentos.  Provou também,  como outros pesquisadores, que eles podem se comunicar conosco através de médiuns.

Kardec estudou milhares de mensagens dadas pelos espíritos através dos médiuns e selecionou aquelas que tinham linguagem mais elevada em todos os aspectos, que eram lógicas e coerentes entre si. O conhecimento assim obtido estão nas cinco obras básicas do Espiritismo organizadas por ele: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. O Espiritismo ou Doutrina Espírita é a doutrina formada pelos conhecimentos dados pelos espíritos nestas obras e em outras recebidas mediunicamente de Kardec até os dias atuais. Assim é revelado como é o mundo espiritual e ensinados conceitos novos ou aprofundados sobre Deus, Jesus, o Universo, os homens, os espíritos, as leis que regem a vida no mundo espiritual e no mundo material, etc. “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Kardec.

A Doutrina Espírita nasceu como ciência, que originou uma filosofia, que se desdobrou em religião. Ela é indivisível, portanto não tem e nem terá seitas. Fora das obras básicas de Kardec ela não existe. A Umbanda, a Quimbanda, o Candomblé e a Magia Negra (Bruxaria ou Feitiçaria) não são Espiritismo.

Crenças básicas do Espiritismo:

1- Deus é único, onipotente, justo, imaterial, eterno, imutável e criador do Universo (inclusive dos seres vivos);
2- Os espíritos são os seres inteligentes da criação e foram criados simples e ignorantes por Deus;
3- Sobrevivência do espírito após a morte do corpo e a possibilidade de eles se comunicarem pelos médiuns;
4- Reencarnação: renascimento dos espíritos, em corpo físico, numerosas vezes para sua evolução moral e intelectual gradativa;
5- Os espíritos reencarnam quantas vezes forem necessárias até a perfeição e têm inalterável felicidade quando a atingem.
6- Numerosos mundos habitados por espíritos encarnados (ou seja, em corpos físicos, de diferentes densidades de matéria);
7- Existência do mundo espiritual, habitação dos espíritos desencarnados;
8- Lei da causa e efeito. Receberemos nesta vida, na vida espiritual e nas próximas vidas encarnadas  recompensas pelo bem ou punições pelo mal praticado;
9- Fora da caridade não há salvação. Para a felicidade futura é necessário a caridade constante por pensamentos, palavras e ações, independente da religião seguida.
  
Pela evolução espiritual gradativa através das reencarnações explicam-se as diferenças morais e intelectuais entre as pessoas; as idéias e talentos inatos e muitas vezes prematuros; as tendências boas ou más de cada um. Explicam-se também as deficiências físicas e mentais, as doenças graves sem causa na vida atual, os infortúnios materiais inevitáveis, etc, como expiações de erros de outras vidas ou como provas para que ocorra a evolução espiritual.

Um exemplo bíblico de reencarnação é do profeta Elias renascendo como João Batista (leia na ordem :
Malaquias, cap. IV, 5 e 6;  Lucas, cap I, 11-17;  Mateus,  cap. XI, 12-14;  Mateus , cap. XVII, 10-13). As lembranças de vidas passadas, às vezes, vêm espontaneamente ou liberadas por hipnose profunda.

Deus não permite normalmente estas lembranças porque elas muitas vezes nos mostrariam os graves erros que cometemos, os horríveis sofrimentos que tivemos e que parentes e amigos de hoje foram nossos grandes inimigos nestas vidas passadas. Estas recordações poderiam nos entristecer e até reacender ódios em extinção.

O Espiritismo elucida  muitas questões controversas e obscuras da Bíblia. Ele considera Jesus Cristo o homem mais perfeito que já passou pela Terra, sendo o Governador de nosso mundo. Por isso, segue seus ensinamentos, aconselhando  o amor a Deus e o amor ao próximo como norma de conduta,  não sendo, como alguns afirmam, uma doutrina do “demônio”. Ele é o Consolador prometido por Jesus em João, cap. XIV, 15-17 e 26, pois recorda o que o Cristo ensinou e revela outros conhecimentos que Ele não pôde dar por serem  incompreensíveis para a maioria das pessoas daquela época. A Doutrina Espírita  concorda com Moisés  (Deuteronômio, cap. XVIII, 9-14) que não se deve evocar  espíritos para adivinhações e previsões.
 
Nas sessões mediúnicas, os espíritos (através dos médiuns) dão ou recebem ensinamentos e consolos  conforme podem ou necessitam. O passe espírita é a transmissão de vibrações (“energia”) de amor  através da imposição das mãos conforme Jesus fazia e ensinava os discípulos a fazerem (Lucas, cap. IV, 40; Mateus, cap. VIII, 3; Mateus, cap. XIX, 13-15).

No Espiritismo não há rituais ou cultos exteriores, sacerdotes, pastores e similares, altares, templos suntuosos, velas, procissões, cerimônias (como casamentos, batismo, crismas, etc), símbolos, ornamentações para cultos, gestos de reverências, sinais cabalísticos, benzimentos, defumadores, cânticos cerimoniosos (danças ritualísticas, etc.), idolatria de espíritos, sacramentos, concessões de indulgência, jejum de alimentos, ensinamentos restritos aos iniciados, incenso, fumo, drogas, talismãs, amuletos, quiromancia, cartomancia, astrologia (horóscopo), bruxaria,  objetos para cultos exteriores (como pirâmides, cristais, búzios, bola de cristal, cartas),  arrecadação de dinheiro (dízimo ou coleta), uso de bebidas alcoólicas ou substâncias alucinógenas, prática do mal, hipnotismo, uso de roupas especiais, uso de estátuas e imagens de santos, evocação de espíritos para adivinhações, brincadeiras, leviandades ou previsão do futuro, cobrança pelos serviços que presta, sacrifício de seres vivos,  a crença de que só seus adeptos se “salvam”, dogmas irracionais, rivalidade com a ciência, preconceitos raciais, religiosos ou de qualquer outra natureza.

AUGUSTO DE OLIVEIRA




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