sábado, 9 de março de 2013

Perfeição Moral



Artigo com base no Livro terceiro, cap. XII de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, obra codificada por Allan Kardec.

Elio Mollo
6/nov/2004


Dizem os Espíritos no «O LIVRO DOS ESPÍRITOS», no capítulo onde trata da Perfeição Moral, Virtudes e vícios, que muitas vezes as qualidades morais são como a douração feita num objeto de cobre, que não resiste a pedra de toque.

Pode um homem possuir reais qualidades que o apontam ao mundo como um homem de bem. Mas posto sejam um progresso, NEM SEMPRE ESSAS QUALIDADES RESISTEM A CERTAS PROVAS, e por vezes, BASTA TOCAR A CORDA DO INTERESSE PESSOAL PARA O POR A DESCOBERTO.

Emendar-se, vencer as paixões, corrigir o caráter, visando crescer espiritualmente e com a intenção de colaborar com Deus e a Humanidade desinteressadamente, ESTE É UM PROCEDIMENTO SENSATO, pois não há nenhum egoísmo em melhorar-se tendo em vista aproximar-se de Deus, pois ESTA É A META PARA QUAL TODOS NOS TENDEMOS.

Tudo o que fizermos de bom a nós mesmos em matéria de estudo para adquirirmos conhecimentos, com o intuito de nos tornarmos aptos a colaborar com o Criador, estaremos fazendo o bem, pois estaremos progredindo e conseqüentemente fazendo outros progredirem, e isto esta conforme a lei natural do progresso que nos direciona para a perfeição.

Neste caminho da perfeição censurar defeitos alheios não é uma boa atitude, pois NENHUM DE NÓS DISPÕE DE FACULDADES COMPLETAS E É PELA UNIÃO SOCIAL QUE NOS COMPLETAMOS UNS AOS OUTROS E ASSEGURAMOS NOSSO PRÓPRIO BEM-ESTAR E PROGREDIMOS. 

Antes de qualquer censura a alguém, devemos refletir de como agiríamos nós se estivéssemos no lugar daquele que desejamos censurar. Este proceder nos levará a compreender melhor a psicologia humana, buscando formas de nos educarmos mutuamente, e inclusive analisar o nosso proceder e corrigir 
possíveis defeitos que ainda existem em nós. Este procedimento também é um meio de crescermos espiritualmente.

Toda vez que desejamos provar nossa capacidade, só existe uma maneira de fazê-lo, É ATRAVÉS DO EXEMPLO, pois a moral sem boas ações é como a semente sem trabalho. Ora, de que serve a semente se não a fizermos frutificar para servir de alimento?

Diz Alexandre Rangel, especialista em processos de qualidade empresarial, em Artigos/Qualidade da Rádio Bandeirantes, que Napoleão Bonaparte sem dúvida foi um dos maiores líderes que este mundo já conheceu. Certa vez, seu exército estava se preparando para uma das maiores batalhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes superior ao seu, além de um equipamento muito superior. Napoleão avisou seus generais de que ele estava indo para a frente de batalha e estes procuraram convencê-lo a mudar de idéia:
- Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que nós cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confie em nós.
Tudo em vão, não houve nada que o fizesse mudar de idéia. No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o e, de novo, tentou mostrar o perigo de ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse: Não tem jeito, eu vou. - Mas por quê, comandante? - e ele respondeu...
- É mais fácil puxar do que empurrar! SERVIR DE EXEMPLO não é a melhor forma de ensinar; É A ÚNICA FORMA DE ENSINAR!

Não é repreensível aquele que sabe por suas ações estar fazendo o bem, desde que seu intuito é o de pesar suas ações na balança de Deus, e sobretudo na sua lei de justiça, amor e caridade, para a dizer a si mesmo se suas ações estão no objetivo correto. 

O que não é racional e se envaidecer, pois dai significa que tudo o que fez irá cair por terra, já que este tipo de vaidade é uma demonstração que em si ainda há o egoísmo.

Em O Livro dos Espíritos, q. 913, OS ESPÍRITOS SUPERIORES DIZEM QUE O VÍCIO QUE PODEMOS CONSIDERAR COMO SENDO O MAIS RADICAL É O EGOISMO, pois é dele que deriva todo o mal e, se estudarmos a fundo todos os vícios que possuímos, em todos eles existe o egoísmo.

Podemos lutar de todas as formas para tentar tirar qualquer um de nossos vícios, mas SÓ IREMOS EXTIRPAR O EGOÍSMO QUANDO O ATACARMOS NA SUA RAIZ E DESTRUIRMOS SUA CAUSA, pois QUEM NESTA VIDA DESEJAR SE APROXIMAR DA PERFEIÇÃO MORAL DEVE EXTIRPAR DE SI TODO O SENTIMENTO DE EGOÍSMO, porque ELE É INCOMPATÍVEL COM A LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE. Aliás, O EGOISMO ANULA TODAS AS OUTRAS QUALIDADES.

Muitos de nós pode querer dizer que o nosso mundo é dominado pelo egoísmo, por isto a dificuldade de extirpá-lo, a isto podemos dizer, que se cada um de nós trabalhar em si uma transformação íntima, procurando uma forma de se melhorar, a intensidade desse vício tenderá a diminuir e o mundo melhorar, caso contrário será necessário que ele cresça mais ainda para que faça danos consideráveis para se compreender a necessidade de sua extirpação, daí a escolha é de cada um de nós, não é mesmo?

Realmente devemos admitir que o egoísmo é muito difícil de se erradicar, pois está ligado a influência da matéria e do qual ainda estamos muito próximo de sua origem, contudo, COM CERTEZA, SE ENFRAQUECERÁ COM A PREDOMINÂNCIA DA VIDA MORAL SOBRE A VIDA MATERIAL, e sobretudo com a compreensão de doutrinas como o Espiritismo que nos faz entender nosso estado futuro real.

Conforme ensinamentos de Sócrates e Santo Agostinho, em O Livro dos Espíritos, 919a: O AUTOCONHECIMENTO É A CHAVE DO MELHORAMENTO INDIVIDUAL, pois permite que alinhemos as nossas ações e pensamentos na direção das correções que necessitamos realizar, e assim, ajustar nossos atos de acordo com os ensinamentos dos grandes Mestres que estiveram na Terra, em especial o Mestre Jesus, tanto em relação a Deus, como em relação ao nosso próximo.

Este processo é árduo, assim necessitaremos de muita coragem e determinação para realizá-lo, mas ATRAVÉS DO ESFORÇO PRÓPRIO E DE EXERCÍCIOS REPETIDOS EM DIREÇÃO DAS BOAS CAUSAS, IREMOS SEDIMENTAR EM NÓS O PRÓPRIO BEM. Deus sempre nos assiste e auxilia, mas devemos fazer nossa parte se desejamos verdadeiramente melhorar.

(Artigo reproduzido com autorização do autor)




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